AS FACES DA INVISIBILIDADE

Envolta em plástico, sufocada pelo que chamavam de amor,

ela dançava com a morte em passos invisíveis,

enquanto a violência se disfarçava de intimidade.

Era beijo que queimava.

Toque que controlava.

Presença que apagava.

A casa virou cela.

A cama, campo de batalha.

O corpo, território invadido.

Ela já não sabia onde terminava ele,

onde começava o medo,

onde se enterrava sua própria voz.

Mas um fio de lágrima,

teimoso, corajoso,

escorreu.

E com ele, a verdade veio à tona.

Isso não é amor. Isso é cárcere. É silêncio forçado. É ferida aberta.

Este editorial é um grito.

Um grito por todas que não puderam gritar.

Por todas que ainda estão com o rosto coberto,

com a boca amordaçada,

com o coração espancado.

Que essas imagens sirvam como denúncia.

E que as palavras aqui sejam abrigo.

Até que nenhuma mulher precise se calar para sobreviver.

A violência contra a mulher muitas vezes não deixa marcas visíveis, mas sempre deixa cicatrizes.

Este ensaio é duro. Incômodo. Necessário.
Porque enquanto for mais confortável olhar para o outro lado, mulheres continuarão morrendo dentro de casa, no silêncio, no medo, no ciclo.

A Pessato Magazine se recusa a ser cúmplice do silêncio.
Este editorial é um grito. Um ato de enfrentamento.
Uma homenagem à coragem. Um chamado à consciência.

DENUNCIE. NÃO SE CALE.

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Você nunca esteve.

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